domingo, 10 de junho de 2012
Viver na verdade
«Todos os homens, de acordo com a sua dignidade, por ser pessoas... veem-se impelidos, pela sua própria natureza, a buscar a verdade, e têm a obrigação moral de fazê-lo, sobretudo com respeito à verdade religiosa. Estão obrigados a aderir à verdade uma vez que a conheceram e a ordenar toda a sua vida segundo as suas exigências»[1].
A inclinação do homem para conhecer a verdade e a manifestá-la por palavras e por obras foi prejudicada pelo pecado, que feriu a natureza com a ignorância do intelecto e com a malícia da vontade. Como consequência do pecado, diminuiu o amor à verdade e os homens enganam-se uns a outros, muitas vezes por egoísmo e por interesse próprio. Com a graça de Cristo, o cristão pode fazer com que a sua vida seja governada pela verdade.
A virtude que inclina a dizer sempre a verdade chama-se veracidade, sinceridade ou franqueza (cf. Catecismo, 2468). Três aspectos fundamentais desta virtude:
— sinceridade consigo mesmo: é reconhecer a verdade sobre a própria conduta, externa e interna: intenções, pensamentos, afetos etc., sem medo de “esgotar a verdade”, sem fechar os olhos à realidade[2];
— sinceridade para com os demais: seria impossível a convivência humana se os homens não tivessem confiança recíproca, isto é, se não dissessem a verdade uns aos outros ou se não se comportassem, p. ex., respeitando os contratos ou, mais em geral, os pactos, a palavra dada (cf. Catecismo, 2469);
— sinceridade para com Deus: Deus vê tudo, mas como somos seus filhos, quer que lho manifestemos. «Um filho de Deus trata o Senhor como Pai. Não como quem presta um obséquio servil, nem com uma reverência protocolar, de mera cortesia, mas com plena sinceridade e confiança. Deus não se escandaliza dos homens. Deus não se cansa com as nossas infidelidades. Nosso Pai do Céu perdoa qualquer ofensa quando o filho volta de novo para Ele, quando se arrepende e pede perdão. Nosso Senhor é de tal modo Pai, que prevê os nossos desejos de sermos perdoados e a eles se antecipa, abrindo-nos os braços com a sua graça»[3].
A sinceridade no Sacramento da Confissão e na direção espiritual são meios de extraordinária eficácia para crescermos em vida interior: em simplicidade a graça de Deus e, em humildade e nas demais virtudes[4]. A sinceridade é essencial para se perseverar no seguimento de Cristo, porque Cristo é a Verdade (cf. Jo 14, 6)[5].
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