sábado, 21 de julho de 2012

Dora, uma empregada doméstica a caminho dos altares

Salvadora (Dora) del Hoyo Alonso nasceu num povoado de Castela, na Espanha, em 1914. Depois dos estudos fundamentais, começou a trabalhar como empregada doméstica, tarefa que exerceu com profissionalismo e alegria até poucas semanas antes de falecer, em 10 de janeiro de 2004.


Desde a sua morte até hoje, mais de trezentas pessoas - a maioria mulheres que exercem a mesma profissão - escreveram sobre o bem que o exemplo cristão de Dora significou nas suas vidas. Constam ainda por escrito numerosos favores atribuídos à sua intercessão.

A origem da abertura desta Causa de Canonização deve-se a um fenômeno de devoção espontânea que nasce da fé viva do povo de Deus, do qual a Igreja investigará a autenticidade e o fundamento.

Cumpridos os requisitos previstos pelas leis canônicas e verificada a solidez das provas que foram surgindo da exemplaridade cristã de Dora, dom Javier Echevarría, decidiu começar a pesquisa processual sobre sua vida e virtudes, constituindo um tribunal.

Durante a cerimônia, o prelado declarou: “Estou cada vez mais convencido do papel fundamental que esta mulher teve e terá na vida da Igreja e da sociedade. O Senhor chamou Dora del Hoyo a se ocupar de tarefas semelhantes àquelas que foram cumpridas por Nossa Senhora na casa de Nazaré”.

“O exemplo cristão desta mulher, com a sua fidelidade à vida cristã, contribuirá para manter vivo o ideal do espírito de serviço e para difundir na nossa sociedade a importância da família, autêntica Igreja doméstica, que ela soube encarnar com o seu trabalho diário, generoso e alegre”.

O significado principal de toda causa de canonização é fazer o bem às pessoas e assim contribuir para o bem da Igreja. Esta Causa permitirá entender melhor a figura de quem viveu a vida cotidiana fazendo dela um contínuo ato de oferecimento a Deus e de serviço alegre nas tarefas da casa.

UM CAMINHO ABERTO

Dora decidiu dedicar a vida a um trabalho que considerava fundamental não só para a família, mas para cada pessoa e para a sociedade inteira. Ela acreditava que o ideal de “um mundo feliz” devia começar pela criação de um lar sereno, cuidando de umas tarefas que contribuem para o ambiente de harmonia e de bom humor.

Suas colegas testemunham o prestígio profissional que gozava. Ela não se contentava com o cumprimento dos deveres de lavar e cozinhar, mas empregava seus talentos a fundo: desde engomar e passar as camisas de jovens universitários - a maneira dos anos 40 - sem que ninguém pedisse, até preparar um prato especial sem recursos econômicos. Para ela, manter as frigideiras limpas ou servir a mesa eram oportunidades para amar. Dora queria encontrar a Deus na aparente pequenez, heroica, de oferecer o trabalho bem feito, com carinho, um dia depois do outro, até o final da vida.

As várias lembranças escritas sobre a vida de Dora destacam também o seu bom gosto e elegância. 

Um estilo, o de Dora, para mulheres que hoje vêem no trabalho da casa uma verdadeira profissão. Uma ajuda do céu para enfrentar as mil vicissitudes diárias que comportam a gestão e a atenção do lar, e das pessoas.

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